Há em Portugal um medo do futuro por dizer.
Mas se todo o futuro é por dizer,
Que medo é este que paira no ar?
Que futuro parte quando resta o silêncio?
O que está ainda por dizer?
Por encontrar? Que desejo por cumprir?
Que projeto por realizar?
A obra nunca acaba, mas a vida, essa...
A vida é a vida. Nasce lenta.
Sorri para os adultos.
Torna-se séria e alta.
E depois?
Que falta nos faz o sorriso de uma criança.
Ou duas... fazem-nos falta as crianças.
Ninguém deu por isso?
É que são elas que enchem os dias.
E que dinheiro querem?
Uns vinténs para rebuçados.
E o medo? Que medo têm as crianças?
Não têm...
Correm sempre antes para os braços da sua mãe.
Com flores colhidas e sorrisos no rosto.
E ouvi-las? Ah, ouvi-las, é um gosto.
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