terça-feira, 5 de maio de 2015

O pior e o melhor país para se ser mãe (e Portugal pelo meio)



Somália: 1 em cada 18 mulheres morre devido a causas relacionadas com a maternidade.
              1 em cada 7 crianças morre antes dos 5 anos
              1 mulher tem em média 6.6 filhos
              As crianças estudam em média 2.2 anos
              O PIB per capita é de 130 dolares.
              A percentagem de participação política das mulheres é de 13.8%

Noruega: 1 em cada 14900 mulheres morre devido a causas relacionadas com a maternidade
              1 em cada 357 crianças morre antes dos 5 anos
              1 mulher tem em média 1.85 filhos
              As crianças estudam em média 17.5 anos
              O PIB per capita é de 102 610 dolares
              A percentagem de participação política das mulheres é de 39.6%
               
Portugal: 1 em cada 8800 mulheres morre devido a causas relacionadas com a maternidade
              1 em cada 263 crianças morre antes dos 5 anos
              1 mulher tem em média 1.21 filhos
              As crianças estudam em média 16.3 anos
              O PIB per capita é de 21 260 dolares
              A percentagem de participação política das mulheres é de 31.3%

Fontes: Save the Children - State of the world’s mothers 2015
            Pordata - Índice sintético de fecundidade (2013)
            Google Data - Fertility rates per country


19 comentários:

  1. Como é que no suposto melhor país do mundo para se ser mãe, a média não chega sequer a 2 filhos/ mulher?

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  2. Porque nem todos os adultos querem ser pais de famílias numerosas.

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  3. Com dois filhos não se tem uma família numerosa...
    Se têm mais dinheiro e melhores taxas de sucesso (saúde) e mesmo assim a maioria opta por ter só 1 filho, então acho que não são o melhor exemplo.

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  4. Ha uma diferença entre existirem as melhores condições para se poder ser mãe, e a vontade particular de cada mulher (e homem) em ser mãe (e pai). A vontade pode não seguir as condições.

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  5. Pois. Por isso é que acho que o estudo não foi bem conduzido... Os factores mais importantes (ou principais) estão omissos.

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  6. Hum, então quais são os factores mais importantes para ti?

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  7. A predisposição para a maternidade/ paternidade e o próprio tempo que dispõe para se dedicar à família, por exemplo.
    De que serve ter rios de dinheiro se não queres ser mãe nem pai? E o mesmo em relação ao tempo... Para quê pôr filhos no mundo se passas a vida a trabalhar e nem vês os teus filhos crescer? Como é que a criança se vai sentir?

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  8. Mas Ana, a legislação laboral na Noruega e os postos de trabalho que existem, protegem muito mais os trabalhadores, a maternidade e a paternidade, e permitem mais tempo livre do que em muitos outros países do mundo onde as taxas de fertilidade são mais altas.

    O que quero dizer é que na Noruega existe tempo e dinheiro para se ser pai e mãe, além de todas as outras condições objectivas também referidas no estudo.

    O que mudou radicalmente o número de filhos que em média as mulheres têm, foi o planeamento familiar com métodos anti-conceptionais difundidos pelas populações inteiras e ao mesmo tempo a emancipação das mulheres que obtiveram as condições laborais e financeiras necessárias para se tornarem independentes dos homens.

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  9. Eu não acho que os métodos anti-anticoncepcionais alterem assim tanto o organismo, ao ponto das mulheres deixarem de querer ter filhos. A prova disso é que continuam a ter. Têm é menos... Porque é que querem ter menos?

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  10. Eu não estou a dizer que os metodos anti-concepcionais alteram o organismo e a vontade de se ser mãe.

    O uso de perservativos, por exemplo, não pode causar esse efeito. Mas o uso de contraceptivos, sejam hormonais ou outros, associados ao planeamento familiar reduziram o número médio de filhos.

    Ou dito de outra forma, antes do uso dos contraceptivos, muitos filhos não eram planeados.

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  11. Então e não é melhor haver esse planeamento?

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  12. Tudo o que referi atrás parece-me positivo: a emancipação das mulheres e o planeamento familiar.

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  13. Mas o número de filhos decresce...

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  14. Do ponto de vista demográfico, para haver reposição das gerações é necessário que por cada mulher nasçam em média 2.1 filhos durante o seu periodo reprodutivo completo.

    Se isso acontecer, podes ter um equilíbrio de longo termo. Se a fertilidade descer muito e se se mantiver assim durante muito tempo, irás ter uma situação demográfica fora do equilíbrio (dinâmica) caracterizada pelo envelhecimento geral da população.

    Isso tem implicações para a viabilidade das futuras famílias. Em geral, o gasto de recursos pelos elementos não-produtivos tem que ser equilibrado pela geração de riqueza dos elementos produtivos da sociedade. Os elementos não produtivos são os idosos e as crianças. Numa sociedade muito envelhecida, existem muitos elementos já reformados o que coloca uma sobrecarga nos elemento produtivos que racionalmente decidem ter menos filhos. Isso gera um ciclo vicioso difícil de quebrar, a menos que as condições dos mais velhos sofram uma deterioração abrupta.

    No fim de contas, muitas culturas caminharam para a sua própria extinção assim.

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    1. leia-se " a menos que as condições dos mais velhos sofram uma deterioração abrupta;
      - ou que as condições para produzir riqueza subam abruptamente;
      - ou que os fluxos migratórios reponham e renovem a demografia do país."

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  15. Acho que não há soluções fáceis. Portugal é um exemplo da situação que descrevi atrás. Envelhecimento generalizado da população. Taxas de fertilidade muito abaixo da reposição de gerações durante muitos anos seguidos.

    Mas também é um facto que Portugal atingiu o máximo de população de sempre há poucos anos. Não estamos perto da extinção, antes pelo contrário.

    Isto não invalida que se estejam a viver são tempos muito difíceis para se ter uma família numerosa (ou não) neste país.

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  16. Ja agora, vários sintomas deste facto são:

    - Aumento da idade da reforma
    - Aumento dos impostos e das contribuições sociais
    - Redução do valor das reformas
    - Redução da duração das licenciaturas (de 5 para 3 anos)
    - Flexibilização das leis laborais e precarização das ofertas de emprego
    - Aumento da dívida pública

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