segunda-feira, 28 de setembro de 2015

O nosso Dual... Não está esquecido!

Eles mentem; e mentem tão completamente,
que chegam a mentir ter dó
da dor que o nosso povo sente.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Criámos uma Europa que não sabe, nem tem autonomia, para cuidar dos outros fora das relações comerciais.

O cidadão europeu não é mais autónomo. Não acolhe se não houver racionalidade económica em acolher, porque a sua própria vida organiza-se em torno dessa racionalidade e não em torno de valores humanos.

O que está em verdadeiro declínio é a autonomia da própria sobrevivência dos cidadãos. Já ninguém sabe como se vive assim.

Mais, aos estados, por motivos ideológicos, foi também subtraída qualquer função de protecção social. E assim chegámos a este ponto, em que o acolhimento de refugiados de guerra fica circunscrito a fenómenos raros e esporádicos, dinamizados por algumas franjas da sociedade europeia de forma desarticulada. É a Europa da caridadezinha e é uma vergonha.



terça-feira, 8 de setembro de 2015

Alguns números de notícias aleatórias de hoje:

120 000 euros - prejuízo directo devido a incêndio de 600m de passadiços em madeira junto ao rio Paiva.

5 000 000 euros - ajuda anunciada pela Comissão Europeia à Austria para cobrir os custos com os refugiados.

150 000 000 euros - oferta do PSG, recusada pelo Real Madrid, para a compra do passe de Cristiano Ronaldo.


1000 000 000 euros - investimento previsto na nova urbanização de Vilamoura com 400 hectares.




sexta-feira, 4 de setembro de 2015

«Que Humanidade é Esta?
Se o homem não for capaz de organizar a economia mundial de forma a satisfazer as necessidades de uma humanidade que está a morrer de fome e de tudo, que humanidade é esta? Nós, que enchemos a boca com a palavra humanidade, acho que ainda não chegámos a isso, não somos seres humanos. Talvez cheguemos um dia a sê-lo, mas não somos, falta-nos mesmo muito. Temos aí o espectáculo do mundo e é uma coisa arrepiante. Vivemos ao lado de tudo o que é negativo como se não tivesse qualquer importância, a banalização do horror, a banalização da violência, da morte, sobretudo se for a morte dos outros, claro. Tanto nos faz que esteja a morrer gente em Sarajevo, e também não devemos falar desta cidade, porque o mundo é um imenso Sarajevo. E enquanto a consciência das pessoas não despertar isto continuará igual. Porque muito do que se faz, faz-se para nos manter a todos na abulia, na carência de vontade, para diminuir a nossa capacidade de intervenção cívica.»
José Saramago, in 'Canarias' (1994)

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

A Europa dos mercados
A Europa dos burocratas
A Europa dos burocratas dos mercados
Gravita - em torno de promessas

Os migrantes são pessoas
Os refugiados são pessoas
Fogem e chegam onde os europeus vivem

Os europeus querem ajudá-los
Mas os burocratas gravitam
em torno das suas ideias
e para bem dos mercados
não ajudam ninguém.

Os mercados são eficientes.
As pessoas são lastro.

Não deviam existir as pessoas.
Não deviam existir os refugiados
Para bem dos mercados.

E os burocratas acreditam nisso.

E os europeus que querem ajudar os refugiados
votam nos burocratas que gravitam os mercados.

terça-feira, 1 de setembro de 2015


Hoje Jerónimo de Sousa e Catarina Martins debatem as suas propostas na RTP Informação às 21h. Os dois partidos somaram nas autárquicas de 2013 13,5% dos votos. Será que o debate não é suficientemente relevante para ser transmitido em sinal aberto?
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No teu poema
Existe a esperança acesa atrás do muro
Existe tudo o mais que ainda escapa
E um verso em branco à espera de futuro
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